17/04/2015 23:31:04
Botafogo e Fluminense medem forças no Nilton Santos
Estádio de boas recordações para ambos os times que buscam uma vaga na
decisão
HUGO PERRUSO E MARCELO BERTOLDO
Rio - A decisão por uma vaga na final do Carioca
entre Botafogo e Fluminense, neste sábado, às 18h30, mudou de palco, mas a
rivalidade e a importância do Clássico Vovô continuam as mesmas. Casa
alvinegra, mas de boas recordações para os tricolores, o Estádio Nilton Santos
é cenário de duelos marcados pelo equilíbrio: em 14 confrontos, três vitórias
para cada lado e oito empates.
Campeão da Taça Guanabara, o Botafogo viu a
vantagem de jogar pelo empate passar para o lado do Fluminense com a derrota de
2 a 1 no Maracanã, há uma semana. Com a obrigação de vencer para chegar à
final, os alvinegros, reconhecidamente supersticiosos, se apegam ao recente
retrospecto em casa. Desde que o estádio foi rebatizado com o nome do ídolo, os
comandados de René Simões emplacaram sete vitórias. A briga para tirar a
semifinal do Maracanã já deu resultado — o Setor Norte, destinado aos
alvinegros, já está esgotado — e pode não ser em vão.
“É muito bom jogar em casa, estatisticamente há
vantagem sempre. Dei cambalhotas pelo jogo ter sido levado para a nossa casa. É
muito legal o comportamento da torcida, embora no jogo passado tenham me
chamado de burro. É a nossa casa, que venha o Fluminense”, afirmou o técnico
René Simões.
No histórico do Clássico Vovô, muitos duelos
importantes já foram disputados no estádio. No jogo inaugural, em 2007, pelo
Campeonato Brasileiro, o Botafogo levou a melhor: 2 a 1. Em 2012, os dois times
voltaram a decidir o título do Carioca depois de 41 anos. E o Flu venceu os
dois jogos: 4 a 1 e 1 a 0.
Sem poder contar com o capitão Fred, que não foi
beneficiado pelo efeito suspensivo e deve ser substituído por Lucas Gomes, o
Fluminense também se sente em casa no Nilton Santos. A um empate da final do
Carioca, os tricolores não perdem nos domínios do arquirrival há sete partidas.
O último tropeço foi no Brasileiro de 2011: 2 a 1. Campeão nacional em 2010 e
2012 tendo o estádio como principal palco, o Fluminense aposta no histórico
favorável.
“O treinador é um catalizador de informações. Cabe
a ele codificar dados interessantes e dividir com o grupo. A questão do
Engenhão foi levantada no vestiário. É um local de conquistas importantes e que
os jogadores se sentem bem”, disse Ricardo Drubscky.
Mas René não se apega a isso: “Eu sei que meu time
jogou sete jogos aqui e não perdeu nenhum. Esses são os números que me
interessam.”
MISTÉRIO PARA FAZER MUDANÇAS
Com uma sequência de nove jogos em um mês, René
Simões está preocupado com a questão física e avisou que vai mudar a equipe,
mas fez mistério ao fechar o treino. A imprensa só viu os minutos finais, com
um momento de fé de todo o grupo, fazendo uma roda para uma rápida oração.
“Temos jogadores no limite. As mudanças vêm em
função disso. Essa é minha dica”, disse René, que deve escalar Marcelo Mattos e
Rodrigo Pimpão.
O Juizado do Torcedor e dos Grandes Eventos do
Tribunal de Justiça do Rio determinou ontem que o Botafogo apresente o laudo do
Corpo de Bombeiros que liberou a capacidade do Estádio Nilton Santos para 25
mil pessoas, sob o risco de que pague multa de R$ 150 mil. A decisão foi tomada
após pedido de liminar do advogado Marcelo Carvalho. O clube avisou que
apresentará o documento hoje e a Ferj garantiu que recebeu o aval dos
bombeiros.
SEM EFEITO SUSPENSIVO, FRED ESTÁ FORA
A esperança do Fluminense em contar com Fred no
clássico com o Botafogo acabou ontem e rendeu polêmica. O relator do caso no
Tribunal de Justiça Desportiva, Vagner Lima Gabriel, negou o pedido de efeito
suspensivo e provocou enorme agitação nas redes sociais.
Tudo porque torcedores encontraram nos perfis
oficiais dele e da mulher fotos com roupas do Vasco e fazendo gestos de uma torcida
organizada do clube. Havia também montagens de zoações com o Fluminense e o
próprio Fred na época da Copa do Mundo.

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