25/04/2015 23:47:42
No dia do goleiro, Martín Silva e Renan buscam
inspiração em ídolos históricos
Carlos Germano, que brilhou no Vasco, e Wagner, campeão pelo Botafogo,
apostam na vitória de seus ex-clubes
DIEGO LOPES E RICARDO NAPOLITANO
Rio - Eles são os primeiros a chegar e os últimos a
sair nos treinos, usam uniformes diferentes, viram santo em grandes momentos e
basta uma falha para irem do céu ao inferno. Hoje é dia da primeira decisão do
Carioca entre Vasco e Botafogo, às 16h, no Maracanã. Mas também é o Dia do
Goleiro. Para comemorar a data, os ex-arqueiros Carlos Germano e Wagner, que
escreveram seus nomes na história dos clubes, avaliam o confronto e depositam
suas fichas nos atuais donos da posição.
Se Vasco e Botafogo chegaram à final do Estadual,
muito se deve às atuações de gala de Martín Silva e Renan contra Flamengo e
Fluminense, respectivamente. O uruguaio operou um milagre para defender um
chute à queima-roupa de Alecsandro.
"Aquela defesa valeu a classificação do
Vasco”, comentou Carlos Germano, que foi o preparador de goleiros de Martín
Silva no ano passado, e no currículo soma quatro títulos estaduais, um
Brasileiro, uma Libertadores e um Rio-São Paulo apenas pelo Gigante.
“A frieza de Martín é algo que não se vê muito hoje
em dia. É um jogador muito bem resolvido e foi um prazer trabalhar com ele”,
elogiou.
Wagner, campeão brasileiro, da Conmebol, do Troféu
Teresa Herrera, do Rio-São Paulo e do Carioca de 1997 sobre o Vasco, na última
final entre os clubes e que ficou marcada pela ‘Dança da Bundinha’ de Edmundo,
também conhece Renan como poucos. Quando trabalhou no Glorioso, entre 2009 e
2010, ele seguiu o início da carreira do goleiro.
Para Wagner, nem o fato de o jovem ser reserva de
Jefferson, arqueiro da Seleção, o atrapalha. “Não vejo lado negativo no Renan.
Posso dizer que o ponto forte dele é a saída de gol. Tem uma ótima técnica, é
tranquilo e tem a confiança do elenco”, descreveu Wagner, lembrando a disputa
nos pênaltis contra o Fluminense — Renan defendeu duas cobranças e classificou
o Botafogo para a final ao acertar o seu chute: “Esse jogo mostrou que ele é um
dos principais destaques do Botafogo.”
Experientes no assunto, ambos concordam que Vasco e
Botafogo, no Dia do Goleiro, terão ótimos representantes em suas metas. “Fico
feliz pelo Vasco ter o Martín como goleiro”, admitiu Germano. “Renan trabalhou
muito por essa chance e a está aproveitando”, completou Wagner.
WAGNER LEVOU A MELHOR NA FINAL DE 97
O passado bate à porta. A final do Carioca de 1997
é a primeira lembrança que vem à mente de Germano e Wagner ao falarem sobre um
jogo decisivo entre Vasco e Botafogo que disputaram. Se Germano não tem boas
recordações, Wagner lembra com carinho sua única conquista no Campeonato
Estadual.
“Aquela competição foi marcada pelas polêmicas
extracampo, por pressão política e disputa nos bastidores. Lembro da dança do
Edmundo — na primeira final vencida pelo Vasco —, que nós usamos para nos
motivar. Deu certo”, comentou Wagner.
Ele fala do lance em detalhes: “Estava no gol à
direita das cabines de rádio e o vi chegando na ponta. Fiquei perplexo e não
acreditei. Na hora ficamos chateados, mas está superado.”
O título de 1997 não veio, mas Germano prefere
ressaltar os dez anos como titular no Vasco. “Se hoje o clube luta para acabar
com um jejum, eu disputei títulos em praticamente todos os anos. E venci mais
do que perdi.” Ele resumiu o sentimento de quem escolhe a camisa 1. “É vocação,
vem no sangue.”

25/04/2015 23:40:30
Pimpão em busca de seu maior sonho
Atacante aposta no Botafogo para alcançar o sucesso
HUGO PERRUSO
Rio - Mesmo com propostas melhores, Rodrigo Pimpão
aceitou o Botafogo. Foi convencido pelo gerente de futebol Antônio Lopes e pelo
técnico René Simões. Acreditou no projeto e viu como a chance de buscar a meta
pessoal de fazer sucesso em um grande clube brasileiro após passagem discreta
pelo Vasco. O primeiro passo começa hoje, na busca pelo título estadual.
Sem nunca ter jogado na Série A — ajudou o Vasco a
subir em 2009, mas deixou o clube em 2010 sem disputar o Brasileiro —, Pimpão
passou por Paraná, Ponte Preta, América-MG e América-RN , além de clubes de
Japão, Coreia do Sul e Irã. Com propostas de equipes da Primeira Divisão depois
da boa temporada em 2014, a chance poderia ser neste ano, mas o atacante adiou
um pouco o sonho.
“Disputar a Série A é um desejo, mas quero ter
sequência em um grande clube e espero que seja pelo Botafogo para me destacar,
conquistar títulos e ficar marcado como vários grandes nomes”, afirmou Pimpão,
que voltará a ser titular ao lado de Bill.
O reencontro de hoje com o Vasco não é novidade, ao
contrário da experiência que pode viver com o Botafogo. Assim como no ex-clube,
Pimpão chega a General Severiano num momento de reconstrução da equipe após o
rebaixamento à Segundona, com a missão de levar o Glorioso de volta ao seu
lugar. Experiente no assunto, o atacante vê semelhanças com a sua passagem em
São Januário e também uma diferença essencial: a de brigar pelo título.
“São momentos muito parecidos, dois times em
reformulação, com treinador chegando. Quando o grupo está fechado, querendo,
começa a pensar grande. Os dois foram assim, só que lá não chegamos à final do
Carioca e agora já estamos nela , o que mostra que estamos num momento
positivo”, comparou.
BATE-BOLA COM PIMPÃO
1. O que mudou do Pimpão do Vasco,
em 2009, para o do Botafogo?
Quando cheguei ao Vasco, tinha 21 anos e só um ano
de base. Hoje são três passagens fora do país e por quatro clubes do Brasil.
Adquiri experiência para não cometer os erros (técnicos) de antes. Aprendi
muito com a minha experiência internacional.
2. Como será reencontrar o clube que o fez ficar conhecido no futebol?
2. Como será reencontrar o clube que o fez ficar conhecido no futebol?
Eu já encarei o Vasco duas vezes, e saí vitorioso
(por Paraná e América-RN). Se eu fizer gol, eu vou comemorar, pois hoje eu
defendo o Botafogo e tenho um carinho muito grande por todos.
3. Em 2015, você começou como
titular, mas uma lesão muscular o tirou do time. Como encara a nova chance?
Tive problemas com lesões e espero que não aconteça
mais. Contra o Fluminense, não fiz uma partida perfeita, mas serve como exemplo
para melhorar. Tenho que agarrar a chance.

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