02/05/2015 23:45:00
Para marcar o nome na história do Botafogo
Jefferson e Renan podem igualar marca de ídolos, como Garrincha e Didi
HUGO PERRUSO
Rio - Jogadores com mais identificação e com mais
tempo de Botafogo, Jefferson e Renan podem alcançar expressiva marca hoje. Se
forem campeões, os goleiros chegarão ao terceiro título carioca e igualarão
grandes nomes da história do clube, como Garrincha, Didi e Quarentinha.
Uma marca para colocar os dois entre os grandes
vencedores do Glorioso e que ninguém quer desperdiçar. Se Jefferson já se
consolidou como ídolo e caminha para ficar eternizado, Renan busca conquistar
de vez os corações alvinegros.
“Não fazia ideia que poderia alcançar esse feito.
Seria uma grande honra para mim. Eu sei o que esses ídolos representam para o
clube e percebo a importância de poder igualar essa conquista. No futebol, você
precisa sonhar alto e se espelhar em alguém. Sempre procurei ter como exemplos
jogadores marcantes e ninguém melhor do que ícones como os três para me
inspirar na busca por esse título”, disse Renan.
Time que encantou o mundo
Igualar grandes nomes do Botafogo já é um grande
feito, principalmente pelo que jogou aquele time do fim da década de 50 e
início da década de 60. Além de Garrincha, Didi e Quarentinha, cinco jogadores
fazem parte do hall de tricampeões, alguns não entraram em campo (como o
goleiro Adalberto, que não jogou em 62). As conquistas do Carioca em 57, 61 e
62 foram apenas algumas de um time espetacular, que encantou alvinegros e
brasileiros e rivalizava com o Santos de Pelé.
Ao contrário dos eternos ídolos do Glorioso,
Jefferson e Renan não viveram a época de ouro do clube, longe disso. Sofreram
com o rebaixamento no ano passado e, agora, tentam ajudar no ressurgimento do
Botafogo. Para isso, se apegam às conquistas anteriores para que sirvam de
exemplo nesta final.
“Em 2010, o fundamental foi a volta por cima da
equipe após a goleada sofrida para o Vasco (6 a 0 na Taça Guanabara). Em 2013,
acredito que a força do grupo tenha sido o fator mais marcante. Tínhamos o
Seedorf como líder, mas o nosso elenco sempre foi muito forte e unido, o que
pesou para conseguirmos o título ganhando os dois turnos”, comparou Renan.
Com quatro títulos, Manga é o goleiro
mais vitorioso
Mesmo que conquistem o tricampeonato, Jefferson e
Renan não serão os goleiros mais vitoriosos em estaduais pelo Botafogo. Outro
grande nome da história alvinegra, Manga foi campeão quatro vezes (com dois
bicampeonatos 61 e 62, e 67 e 68), assim como o zagueiro Zé Carlos.
Ao lado dos dois está Nilton Santos. Um dos maiores
ídolos do Botafogo junto com Garrincha, a Enciclopédia do Futebol também
conquistou os títulos cariocas de 57, 61 e 62, mas ainda fez parte da equipe
campeã de 1948, em seu primeiro ano como jogador profissional.



02/05/2015 13:06:28
Torcida alvinegra marca presença no último treino
do Botafogo antes da final
Cerca de 50 torcedores acompanharam o time no Engenhão
FABIO FALCÃO CAZES
Rio - A torcida do Botafogo parece confiante no
título do Campeonato Carioca. Cerca de 50 alvinegros marcaram presença no
último treino da equipe, no Engenhão, antes da decisão contra o Vasco.
Dentre os jogadores presentes, os dois goleiros,
Renan e Jefferson foram os mais festejados pela torcida. O goleiro reserva, que
foi herói na classificação para a final, no jogo contra o Fluminense,
presenteou os torcedores ao jogar uma camisa.
O Botafogo sai em desvantagem na partida contra o
Vasco, no próximo domingo, às 16h, no Maracanã. O Alvinegro perdeu a vantagem
do empate, ao ser derrotado pelo Cruzmaltino no primeiro jogo da decisão por 1
a 0, e precisa ganhar para se i. Caso a vitória seja por um gol de
diferença, a disputa vai para os pênaltis.

01/05/2015 23:29:31 -
Atualizada às 02/05/2015 18:29:03
Dia de comer grama pelo Botafogo
Autor do gol do título alvinegro de 1997, Dimba espera que o Glorioso se
inspire em seu gesto
O DIA
Rio - Se há uma inspiração para o Botafogo derrotar
o Vasco por dois gols e ser campeão carioca é reviver seu passado glorioso e
repleto de ídolos. Dimba é um desses personagens, após ter feito a torcida
alvinegra sorrir com a conquista do título estadual de 1997. Vindo do
Sobradinho, do Distrito Federal, o atacante foi um dos talismãs adotados por
Joel Santana — e estava iluminado naquela noite de 8 de julho.
Como o torcedor costuma dizer que há coisas que só
acontecem ao Botafogo, o surgimento de Dimba foi mais uma delas. Após fazer um
verdadeiro carnaval na defesa cruzmaltina, ele marcou seu primeiro gol no
Maracanã,deu a taça ao Fogão e deixou o nome na história do clube e do
Campeonato Carioca. Até hoje lembrado pelos torcedores, Dimba revela um enorme
carinho pelo Glorioso, clube do seu coração.
“Eu sou muito grato ao Botafogo e torço pelo clube
até hoje. Foi onde eu comecei a fazer sucesso na carreira e marcar o gol do
título pelo clube pelo qual você torce é importante demais. Foi muita sorte,
porque foi o meu primeiro gol no Maracanã e logo um tão importante, que deu um
título à torcida”, comentou.
O atacante, de 41 anos, ainda está em atividade
pelo Sobradinho, que foi eliminado do Campeonato Brasiliense, e se lembra até
hoje da provocação de Edmundo no primeiro jogo da final do Carioca de 1997.
O Animal parou com a bola na lateral do campo e
rebolou à frente do zagueiro Gonçalves. Para Dimba, isso foi o combustível que
o Fogão precisava para entrar em campo disposto a ‘incendiar’ o Maracanã no
segundo jogo.
“Eu estava observando de longe e vi o Edmundo
fazendo aquilo, dançando. Nós ficamos mordidos com o gesto. Mas isso ajudou o
nosso time a ficar muito mais concentrado naquele jogo”, afirmou.
Dimba também recordou um gesto que entrou para
história do Maracanã. Na comemoração do título, ele se ajoelhou no gramado e,
sem pensar muito, comeu grama. Ele destaca que foi o primeiro a fazer isso no
Maior do Mundo e até comenta o gosto do gramado.
“Eu estava de frente para a torcida do Botafogo e
eles estavam gritando o meu nome. Aquilo foi uma forma de agradecer o carinho
que sempre me deram. O sabor da grama, misturado ao da vitória, ao de um
título, é delicioso, não tem igual. Fui o primeiro jogador a ter feito isso no
Maracanã”, ressalta, ainda emocionado.
Reportagem do estagiário Ulisses
Valentim, sob a supervisão de Martha Esteves

01/05/2015 23:26:49
A hora da volta por cima de Marcelo Mattos no
Botafogo
Volante quer o título carioca para marcar recomeço dele e do Fogão
HUGO PERRUSO
Rio - Um dos jogadores mais experientes do
Botafogo, Marcelo Mattos está perto de completar cinco anos de clube. Desde a
estreia, em agosto de 2010, ele viveu várias emoções, como a alegria do título
Carioca de 2013 e a tristeza pelo rebaixamento no Brasileiro de 2014. Mas a
sensação que sente ultimamente é a de recomeço. Assim como o time, que tenta
voltar à Série A, o volante de 31 anos busca se reerguer e vê na conquista do
Estadual um combustível para ajudar ambos a recuperar a autoestima.
Foram sete meses sem jogar, vendo o Botafogo se
afundar sem poder fazer nada para ajudar. Tudo por causa de uma lesão no púbis
que o obrigou a duas cirurgias no ano passado. Marcelo Mattos só voltou na reta
final do Brasileiro, quando a situação já era quase irreversível.
“A minha lesão só eu sofri. O Botafogo foi um monte
de gente machucada, difícil de recuperar. O ano de 2014 foi muito triste. Vi
sem poder ajudar e este ano mudou muita coisa. É o recomeço, estamos a um jogo
de dar um pouco de alegria ao torcedor, que está muito machucado. Faremos o
possível para que isso aconteça”, avisa o camisa 5.
Apesar do sofrimento, Marcelo Mattos tem um exemplo
de superação. Em 2012, ele também teve problema no púbis e ficou cinco meses
parado após cirurgia. Voltou a jogar e, no ano seguinte, como titular,
conquistou o Carioca, o que significou a prova de que estava recuperado. Em
2015, pode repetir a história.
“Também foi muito difícil, mas, na sequência,
ganhei o Carioca. Foi superação, assim como agora. Por isso quis ficar no
Botafogo, para mostrar o meu valor. Hoje estou sem dor, posso mostrar a minha
qualidade. Espero conquistar o título, é um ano importante, para o clube subir
para a Primeira Divisão”, diz.
Ao contrário de 2013, quando era mais um, desta vez
Mattos é, ao lado de Jefferson, um dos pilares da equipe. Líder do grupo,
herdou a braçadeira de capitão na ausência do goleiro e vê no título do Carioca
a grande chance para aumentar a autoestima após tanto sofrimento dele e dos
alvinegros: “Se conseguir (o título), vou comemorar mais do que em 2013. Vai
ser de um significado muito grande pelo momento pelo qual o clube passa. Seria
bacana demais.”
‘O ENGENHÃO VIROU A MINHA CASA’
1) No Brasil, não é comum ficar tanto tempo num
clube. Por que deu certo no Botafogo?
Marcelo Mattos: Não é comum,
mas sempre quis fazer contratos longos, gosto de me identificar com o clube e a
torcida.
2) Qual a importância desse título carioca para o
ano do clube?
Marcelo Mattos: Para dar
confiança ao torcedor. Teremos uma Série B difícil e vamos precisar muito do
apoio dele. Também é bom sair na rua de cabeça erguida.
3) O que vê de diferente entre 2013 e agora?
Marcelo Mattos: Naquele ano
tinha jogadores experientes, como Seedorf, Rafael Marques, Bolívar... Foi
difícil, mas eles facilitaram. Agora é um recomeço.
4) Há algo do clube que ainda não conheça?
Marcelo Mattos: Conheço as salas,
o estacionamento... Sei andar no Engenhão, que virou a minha casa.

01/05/2015 21:52:18
Botafogo pode iniciar dobradinha de títulos com o
sub-20
Precisando da vitória, o Alvinegro encara o Fla pela segunda partida da
final da Taça Guanabara
FABIO FALCÃO CAZES
Rio - A decisão principal é somente no domingo,
mas, neste sábado, os alvinegros já terão uma prévia das emoções que poderão
sentir no confronto com o Vasco. Às 15h20, em Moça Bonita, o sub-20 do
Botafogo, único clube que pode conseguir uma dobradinha, encara o Flamengo pela
segunda partida da final da Taça Guanabara e precisa vencer para ficar com o
título.
No primeiro duelo,os times ficaram no 2 a 2, o que
deu ao Rubro-Negro a possibilidade de levantar a taça com outro empate. Mesmo
assim, a confiança do grupo alvinegro, que liderou a maior parte da competição
na primeira fase, segue elevada.
"Vamos em busca desse título. Vai ser muito
importante começar a temporada já levantando uma taça. Estamos trabalhando
sério e confio na qualidade do nosso time para reverter a vantagem do empate
que o Flamengo tem. Vamos entrar para vencer. Espero poder ajudar meus
companheiros da melhor maneira possível e, quem sabe, poder dar um passe ou
fazer um gol", projeta o meia Moraes.
Atento ao bom desempenho da base alvinegra, René
Simões tem chamado jovens jogadores para integrar treinamentos e até participar
de partidas pelo profissional. Este é mais um fator motivacional pelo lado do
Botafogo para a decisão.
"Estou acompanhando que alguns jogadores estão
sendo puxados para o time de cima e essa é uma vontade que eu tenho. Sonho com
uma chance entre os profissionais e vou fazer de tudo para que isso aconteça o
mais rapidamente possível", afirma Moraes.

02/05/2015 23:37:51
Presidentes com manias de torcedores
Eurico Miranda e Carlos Eduardo Pereira tem semelhanças, apesar das
história distintas
MARCIA VIEIRA
Rio - Fé e superstição movem o coração de dois
protagonistas da final do Campeonato Carioca. Com estilos diferentes, Eurico
Miranda, presidente do Vasco, e Carlos Eduardo Pereira, do Botafogo, se apoiam
em crenças pessoais na esperança pelo título. Um duelo que evocará os rituais
de cada um. De um lado o famoso charuto, marca registrada do vascaíno. Do
outro, o ‘Dinoboy’, apelido dado ao antigo radinho de pilha do dirigente
alvinegro. Objeto de poder ou amuleto, não importa. Só um vai celebrar a
conquista da 114ª edição do campeonato mais charmoso do futebol brasileiro.
Na busca do primeiro título
Na semana que antecedeu a final, um radinho de
pilha Aiwa de ondas curtas, fabricado no fim da década de 1980, foi lustrado e
cercado de cuidados. Há 25 anos, Dinoboy se transformou em talismã e companhia
inseparável do presidente do Botafogo, Carlos Eduardo Pereira, nos dias de
jogos.
“Ele é de 1989, do gol do Maurício. Uma das grandes
emoções da minha vida e o Dinoboy estava lá. Hoje, o Dino virou um pé de
coelho. Botafoguense que se preze tem que ser supersticioso”, brinca o
presidente, se referindo ao gol que acabou com um jejum de 21 anos sem títulos.
O divertido nome do talismã quem deu foi sua
mulher, uma botafoguense de carteirinha. “Sempre questionei porque ele não
comprava um rádio mais moderno. Ele sempre foi chegado às últimas novidades,
mas tinha um rádio jurássico e, como havia o desenho do Vale Perdido, virou
Dinoboy. Ele ouviu, gostou e riu muito”, entrega Rosemary Hissa, tão
supersticiosa quanto o marido.
Com Dinoboy, Carlos Eduardo mantém viva uma
tradição de família. “O radinho tem esse componente de ligação com a infância.
Ganhei o primeiro do meu pai (Hugo Pereira), junto com a bandeira e uma
almofada. Ele queria que eu fosse tão apaixonado pelo Botafogo quanto ele. E
conseguiu”, diz, com os olhos brilhando.
Hoje, mais uma vez, o presidente vai se apegar em
superstições, como todo bom botafoguense, para sair vitorioso do Maracanã. E
ainda vestirá uma camisa de manga comprida por baixo da do clube. Uma homenagem
ao time de 1962, que goleou o Flamengo por 3 a 0. “Desde então sempre uso manga
comprida”, garante. Na hora do jogo vai colocar o radinho no ouvido e
sintonizar até achar a frequência da emissora da sorte. “Começo sempre ouvindo
uma. Dá uns 15 minutos e troco. No segundo tempo volto para a primeira. Escuto
ao menos quatro estações diferentes. Mas se a coisa estiver boa, eu não mudo
mais”, brinca.
Retorno à Colina
Eurico Miranda se fechou em copas às vésperas da
decisão. Se diz magoado com a imprensa e evita entrevistas. Ansioso em levantar
o primeiro troféu, após sua volta a São Januário, pensou milimetricamente em todos
os detalhes para que o Vasco seja campeão.
Se o vigor já não é mais o mesmo, devido ao peso
dos 70 anos, a mente continua ágil. Dificilmente algo lhe escapa. Não é à toa
que seus partidários garantem que a ‘velha raposa felpuda’ está em forma.
Em forma e fiel a rituais. Em dia de decisão seus
hábitos são os mesmos, entregam os amigos, que preferiram não se identificar.
Devoto de Nossa Senhora de Fátima, Eurico começa o domingo na igreja,
assistindo à missa.
Depois do almoço em família vai direto para o
estádio. Sempre chega mais cedo para controlar tudo pelo telefone. Quer saber
dos mínimos detalhes. Se as camisas estão arrumadas no vestiário, se o astral
dos jogadores é bom, se o ônibus está no horário.
No camarote do Maracanã senta na última fileira, na
cadeira da ponta, ao lado do vice de futebol José Luiz Moreira e do amigo
Fernando Horta. Perto, os filhos Euriquinho, seu assessor, e Álvaro,
coordenador da base. Já os netos circulam livres e muitas vezes caem em seu
colo, o fazendo perder o ar sisudo.
Com um olho na TV, sem som, e outro no campo, ele
desliza um legítimo charuto cubano entre os dedos. Um Cohiba, o melhor do
mundo. É um atrás do outro. Entre uma baforada e outra, bebe goles generosos de
refrigerante light. Às vezes, se isola no reservado para ver o jogo sozinho e
esbravejar quando acha que o Vasco foi prejudicado.
Como no domingo passado, Eurico espera que a
decisão de hoje termine igual. Ele vai descer para o vestiário, conversar com
os jogadores e puxar o tradicional grito de ‘Casaca’ junto com outro que está
entalado na garganta desde 2003 no Carioca: o de campeão.

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