domingo, 3 de maio de 2015

Hoje acaba o campeonato...

02/05/2015 23:45:00
Para marcar o nome na história do Botafogo
Jefferson e Renan podem igualar marca de ídolos, como Garrincha e Didi
HUGO PERRUSO
Rio - Jogadores com mais identificação e com mais tempo de Botafogo, Jefferson e Renan podem alcançar expressiva marca hoje. Se forem campeões, os goleiros chegarão ao terceiro título carioca e igualarão grandes nomes da história do clube, como Garrincha, Didi e Quarentinha.
Uma marca para colocar os dois entre os grandes vencedores do Glorioso e que ninguém quer desperdiçar. Se Jefferson já se consolidou como ídolo e caminha para ficar eternizado, Renan busca conquistar de vez os corações alvinegros.
“Não fazia ideia que poderia alcançar esse feito. Seria uma grande honra para mim. Eu sei o que esses ídolos representam para o clube e percebo a importância de poder igualar essa conquista. No futebol, você precisa sonhar alto e se espelhar em alguém. Sempre procurei ter como exemplos jogadores marcantes e ninguém melhor do que ícones como os três para me inspirar na busca por esse título”, disse Renan.
Time que encantou o mundo
Igualar grandes nomes do Botafogo já é um grande feito, principalmente pelo que jogou aquele time do fim da década de 50 e início da década de 60. Além de Garrincha, Didi e Quarentinha, cinco jogadores fazem parte do hall de tricampeões, alguns não entraram em campo (como o goleiro Adalberto, que não jogou em 62). As conquistas do Carioca em 57, 61 e 62 foram apenas algumas de um time espetacular, que encantou alvinegros e brasileiros e rivalizava com o Santos de Pelé.
Ao contrário dos eternos ídolos do Glorioso, Jefferson e Renan não viveram a época de ouro do clube, longe disso. Sofreram com o rebaixamento no ano passado e, agora, tentam ajudar no ressurgimento do Botafogo. Para isso, se apegam às conquistas anteriores para que sirvam de exemplo nesta final.
“Em 2010, o fundamental foi a volta por cima da equipe após a goleada sofrida para o Vasco (6 a 0 na Taça Guanabara). Em 2013, acredito que a força do grupo tenha sido o fator mais marcante. Tínhamos o Seedorf como líder, mas o nosso elenco sempre foi muito forte e unido, o que pesou para conseguirmos o título ganhando os dois turnos”, comparou Renan.
Com quatro títulos, Manga é o goleiro mais vitorioso
Mesmo que conquistem o tricampeonato, Jefferson e Renan não serão os goleiros mais vitoriosos em estaduais pelo Botafogo. Outro grande nome da história alvinegra, Manga foi campeão quatro vezes (com dois bicampeonatos 61 e 62, e 67 e 68), assim como o zagueiro Zé Carlos.
Ao lado dos dois está Nilton Santos. Um dos maiores ídolos do Botafogo junto com Garrincha, a Enciclopédia do Futebol também conquistou os títulos cariocas de 57, 61 e 62, mas ainda fez parte da equipe campeã de 1948, em seu primeiro ano como jogador profissional.







02/05/2015 13:06:28
Torcida alvinegra marca presença no último treino do Botafogo antes da final
Cerca de 50 torcedores acompanharam o time no Engenhão
FABIO FALCÃO CAZES
Rio - A torcida do Botafogo parece confiante no título do Campeonato Carioca. Cerca de 50 alvinegros marcaram presença no último treino da equipe, no Engenhão, antes da decisão contra o Vasco.
Dentre os jogadores presentes, os dois goleiros, Renan e Jefferson foram os mais festejados pela torcida. O goleiro reserva, que foi herói na classificação para a final, no jogo contra o Fluminense, presenteou os torcedores ao jogar uma camisa.
O Botafogo sai em desvantagem na partida contra o Vasco, no próximo domingo, às 16h, no Maracanã. O Alvinegro perdeu a vantagem do empate, ao ser derrotado pelo Cruzmaltino no primeiro jogo da decisão por 1 a 0, e precisa ganhar para se i. Caso a vitória seja por um gol de diferença, a disputa vai para os pênaltis.


01/05/2015 23:29:31 - Atualizada às 02/05/2015 18:29:03
Dia de comer grama pelo Botafogo
Autor do gol do título alvinegro de 1997, Dimba espera que o Glorioso se inspire em seu gesto
O DIA
Rio - Se há uma inspiração para o Botafogo derrotar o Vasco por dois gols e ser campeão carioca é reviver seu passado glorioso e repleto de ídolos. Dimba é um desses personagens, após ter feito a torcida alvinegra sorrir com a conquista do título estadual de 1997. Vindo do Sobradinho, do Distrito Federal, o atacante foi um dos talismãs adotados por Joel Santana — e estava iluminado naquela noite de 8 de julho.
Como o torcedor costuma dizer que há coisas que só acontecem ao Botafogo, o surgimento de Dimba foi mais uma delas. Após fazer um verdadeiro carnaval na defesa cruzmaltina, ele marcou seu primeiro gol no Maracanã,deu a taça ao Fogão e deixou o nome na história do clube e do Campeonato Carioca. Até hoje lembrado pelos torcedores, Dimba revela um enorme carinho pelo Glorioso, clube do seu coração.
“Eu sou muito grato ao Botafogo e torço pelo clube até hoje. Foi onde eu comecei a fazer sucesso na carreira e marcar o gol do título pelo clube pelo qual você torce é importante demais. Foi muita sorte, porque foi o meu primeiro gol no Maracanã e logo um tão importante, que deu um título à torcida”, comentou.
O atacante, de 41 anos, ainda está em atividade pelo Sobradinho, que foi eliminado do Campeonato Brasiliense, e se lembra até hoje da provocação de Edmundo no primeiro jogo da final do Carioca de 1997.
O Animal parou com a bola na lateral do campo e rebolou à frente do zagueiro Gonçalves. Para Dimba, isso foi o combustível que o Fogão precisava para entrar em campo disposto a ‘incendiar’ o Maracanã no segundo jogo.
“Eu estava observando de longe e vi o Edmundo fazendo aquilo, dançando. Nós ficamos mordidos com o gesto. Mas isso ajudou o nosso time a ficar muito mais concentrado naquele jogo”, afirmou.
Dimba também recordou um gesto que entrou para história do Maracanã. Na comemoração do título, ele se ajoelhou no gramado e, sem pensar muito, comeu grama. Ele destaca que foi o primeiro a fazer isso no Maior do Mundo e até comenta o gosto do gramado.
“Eu estava de frente para a torcida do Botafogo e eles estavam gritando o meu nome. Aquilo foi uma forma de agradecer o carinho que sempre me deram. O sabor da grama, misturado ao da vitória, ao de um título, é delicioso, não tem igual. Fui o primeiro jogador a ter feito isso no Maracanã”, ressalta, ainda emocionado.
Reportagem do estagiário Ulisses Valentim, sob a supervisão de Martha Esteves


01/05/2015 23:26:49
A hora da volta por cima de Marcelo Mattos no Botafogo
Volante quer o título carioca para marcar recomeço dele e do Fogão
HUGO PERRUSO
Rio - Um dos jogadores mais experientes do Botafogo, Marcelo Mattos está perto de completar cinco anos de clube. Desde a estreia, em agosto de 2010, ele viveu várias emoções, como a alegria do título Carioca de 2013 e a tristeza pelo rebaixamento no Brasileiro de 2014. Mas a sensação que sente ultimamente é a de recomeço. Assim como o time, que tenta voltar à Série A, o volante de 31 anos busca se reerguer e vê na conquista do Estadual um combustível para ajudar ambos a recuperar a autoestima.
Foram sete meses sem jogar, vendo o Botafogo se afundar sem poder fazer nada para ajudar. Tudo por causa de uma lesão no púbis que o obrigou a duas cirurgias no ano passado. Marcelo Mattos só voltou na reta final do Brasileiro, quando a situação já era quase irreversível.
“A minha lesão só eu sofri. O Botafogo foi um monte de gente machucada, difícil de recuperar. O ano de 2014 foi muito triste. Vi sem poder ajudar e este ano mudou muita coisa. É o recomeço, estamos a um jogo de dar um pouco de alegria ao torcedor, que está muito machucado. Faremos o possível para que isso aconteça”, avisa o camisa 5.
Apesar do sofrimento, Marcelo Mattos tem um exemplo de superação. Em 2012, ele também teve problema no púbis e ficou cinco meses parado após cirurgia. Voltou a jogar e, no ano seguinte, como titular, conquistou o Carioca, o que significou a prova de que estava recuperado. Em 2015, pode repetir a história.
“Também foi muito difícil, mas, na sequência, ganhei o Carioca. Foi superação, assim como agora. Por isso quis ficar no Botafogo, para mostrar o meu valor. Hoje estou sem dor, posso mostrar a minha qualidade. Espero conquistar o título, é um ano importante, para o clube subir para a Primeira Divisão”, diz.
Ao contrário de 2013, quando era mais um, desta vez Mattos é, ao lado de Jefferson, um dos pilares da equipe. Líder do grupo, herdou a braçadeira de capitão na ausência do goleiro e vê no título do Carioca a grande chance para aumentar a autoestima após tanto sofrimento dele e dos alvinegros: “Se conseguir (o título), vou comemorar mais do que em 2013. Vai ser de um significado muito grande pelo momento pelo qual o clube passa. Seria bacana demais.”
‘O ENGENHÃO VIROU A MINHA CASA’
1) No Brasil, não é comum ficar tanto tempo num clube. Por que deu certo no Botafogo?
Marcelo Mattos: Não é comum, mas sempre quis fazer contratos longos, gosto de me identificar com o clube e a torcida.
2) Qual a importância desse título carioca para o ano do clube?
Marcelo Mattos: Para dar confiança ao torcedor. Teremos uma Série B difícil e vamos precisar muito do apoio dele. Também é bom sair na rua de cabeça erguida.
3) O que vê de diferente entre 2013 e agora?
Marcelo Mattos: Naquele ano tinha jogadores experientes, como Seedorf, Rafael Marques, Bolívar... Foi difícil, mas eles facilitaram. Agora é um recomeço. 
4) Há algo do clube que ainda não conheça?
Marcelo Mattos: Conheço as salas, o estacionamento... Sei andar no Engenhão, que virou a minha casa.



01/05/2015 21:52:18
Botafogo pode iniciar dobradinha de títulos com o sub-20
Precisando da vitória, o Alvinegro encara o Fla pela segunda partida da final da Taça Guanabara
FABIO FALCÃO CAZES
Rio - A decisão principal é somente no domingo, mas, neste sábado, os alvinegros já terão uma prévia das emoções que poderão sentir no confronto com o Vasco. Às 15h20, em Moça Bonita, o sub-20 do Botafogo, único clube que pode conseguir uma dobradinha, encara o Flamengo pela segunda partida da final da Taça Guanabara e precisa vencer para ficar com o título.
No primeiro duelo,os times ficaram no 2 a 2, o que deu ao Rubro-Negro a possibilidade de levantar a taça com outro empate. Mesmo assim, a confiança do grupo alvinegro, que liderou a maior parte da competição na primeira fase, segue elevada.
"Vamos em busca desse título. Vai ser muito importante começar a temporada já levantando uma taça. Estamos trabalhando sério e confio na qualidade do nosso time para reverter a vantagem do empate que o Flamengo tem. Vamos entrar para vencer. Espero poder ajudar meus companheiros da melhor maneira possível e, quem sabe, poder dar um passe ou fazer um gol", projeta o meia Moraes.
Atento ao bom desempenho da base alvinegra, René Simões tem chamado jovens jogadores para integrar treinamentos e até participar de partidas pelo profissional. Este é mais um fator motivacional pelo lado do Botafogo para a decisão.
"Estou acompanhando que alguns jogadores estão sendo puxados para o time de cima e essa é uma vontade que eu tenho. Sonho com uma chance entre os profissionais e vou fazer de tudo para que isso aconteça o mais rapidamente possível", afirma Moraes.


02/05/2015 23:37:51
Presidentes com manias de torcedores
Eurico Miranda e Carlos Eduardo Pereira tem semelhanças, apesar das história distintas
MARCIA VIEIRA
Rio - Fé e superstição movem o coração de dois protagonistas da final do Campeonato Carioca. Com estilos diferentes, Eurico Miranda, presidente do Vasco, e Carlos Eduardo Pereira, do Botafogo, se apoiam em crenças pessoais na esperança pelo título. Um duelo que evocará os rituais de cada um. De um lado o famoso charuto, marca registrada do vascaíno. Do outro, o ‘Dinoboy’, apelido dado ao antigo radinho de pilha do dirigente alvinegro. Objeto de poder ou amuleto, não importa. Só um vai celebrar a conquista da 114ª edição do campeonato mais charmoso do futebol brasileiro.
Na busca do primeiro título
Na semana que antecedeu a final, um radinho de pilha Aiwa de ondas curtas, fabricado no fim da década de 1980, foi lustrado e cercado de cuidados. Há 25 anos, Dinoboy se transformou em talismã e companhia inseparável do presidente do Botafogo, Carlos Eduardo Pereira, nos dias de jogos.
“Ele é de 1989, do gol do Maurício. Uma das grandes emoções da minha vida e o Dinoboy estava lá. Hoje, o Dino virou um pé de coelho. Botafoguense que se preze tem que ser supersticioso”, brinca o presidente, se referindo ao gol que acabou com um jejum de 21 anos sem títulos.
O divertido nome do talismã quem deu foi sua mulher, uma botafoguense de carteirinha. “Sempre questionei porque ele não comprava um rádio mais moderno. Ele sempre foi chegado às últimas novidades, mas tinha um rádio jurássico e, como havia o desenho do Vale Perdido, virou Dinoboy. Ele ouviu, gostou e riu muito”, entrega Rosemary Hissa, tão supersticiosa quanto o marido.
Com Dinoboy, Carlos Eduardo mantém viva uma tradição de família. “O radinho tem esse componente de ligação com a infância. Ganhei o primeiro do meu pai (Hugo Pereira), junto com a bandeira e uma almofada. Ele queria que eu fosse tão apaixonado pelo Botafogo quanto ele. E conseguiu”, diz, com os olhos brilhando.
Hoje, mais uma vez, o presidente vai se apegar em superstições, como todo bom botafoguense, para sair vitorioso do Maracanã. E ainda vestirá uma camisa de manga comprida por baixo da do clube. Uma homenagem ao time de 1962, que goleou o Flamengo por 3 a 0. “Desde então sempre uso manga comprida”, garante. Na hora do jogo vai colocar o radinho no ouvido e sintonizar até achar a frequência da emissora da sorte. “Começo sempre ouvindo uma. Dá uns 15 minutos e troco. No segundo tempo volto para a primeira. Escuto ao menos quatro estações diferentes. Mas se a coisa estiver boa, eu não mudo mais”, brinca.
Retorno à Colina
Eurico Miranda se fechou em copas às vésperas da decisão. Se diz magoado com a imprensa e evita entrevistas. Ansioso em levantar o primeiro troféu, após sua volta a São Januário, pensou milimetricamente em todos os detalhes para que o Vasco seja campeão.
Se o vigor já não é mais o mesmo, devido ao peso dos 70 anos, a mente continua ágil. Dificilmente algo lhe escapa. Não é à toa que seus partidários garantem que a ‘velha raposa felpuda’ está em forma.
Em forma e fiel a rituais. Em dia de decisão seus hábitos são os mesmos, entregam os amigos, que preferiram não se identificar. Devoto de Nossa Senhora de Fátima, Eurico começa o domingo na igreja, assistindo à missa.
Depois do almoço em família vai direto para o estádio. Sempre chega mais cedo para controlar tudo pelo telefone. Quer saber dos mínimos detalhes. Se as camisas estão arrumadas no vestiário, se o astral dos jogadores é bom, se o ônibus está no horário.
No camarote do Maracanã senta na última fileira, na cadeira da ponta, ao lado do vice de futebol José Luiz Moreira e do amigo Fernando Horta. Perto, os filhos Euriquinho, seu assessor, e Álvaro, coordenador da base. Já os netos circulam livres e muitas vezes caem em seu colo, o fazendo perder o ar sisudo.
Com um olho na TV, sem som, e outro no campo, ele desliza um legítimo charuto cubano entre os dedos. Um Cohiba, o melhor do mundo. É um atrás do outro. Entre uma baforada e outra, bebe goles generosos de refrigerante light. Às vezes, se isola no reservado para ver o jogo sozinho e esbravejar quando acha que o Vasco foi prejudicado.
Como no domingo passado, Eurico espera que a decisão de hoje termine igual. Ele vai descer para o vestiário, conversar com os jogadores e puxar o tradicional grito de ‘Casaca’ junto com outro que está entalado na garganta desde 2003 no Carioca: o de campeão.

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