De gandula à
apresentadora de TV, Fernanda Maia exalta amor pelo Fogão
Integrante
do 'Os Donos da Bola' rejeita o rótulo de musa e não esquece a cavadinha de
Loco Abreu sobre o Flamengo
ULISSES VALENTIM
Rio - O dia 29 de
abril de 2012 parecia predestinado a eternizar mais um herói no clássico entre
Botafogo e Vasco. Só que uma mulher roubou a cena que quase sempre é dominada
por 22 homens e atraiu todas as atenções para ela. Responsável pela reposição de
bola, Fernanda Maia, ex-professora de Educação Física, também virou
protagonista da vitória alvinegra por 3 a 1 na final da Taça Rio. O "passe"
para o primeiro gol mudou a vida da então gandula. Ela passou a participar de
ações de marketing do clube e agora é apresentadora do programa "Os Donos
da Bola", da Rede Bandeirantes.
Praticamente um ano e
meio após o episódio e com sua fama consolidada, a apresentadora não esconde
sua paixão pelo Fogão e hoje é a personagem da série "O meu coração
alvinegro". Fernanda Maia conta tudo sobre sua admiração pelo clube da
estrela solitária.
O DIA: Como você se
tornou botafoguense?
Fernanda Maia : Eu sou botafoguense desde o berço. Meu pai é
botafoguense fanático, e minha mãe é flamenguista, mas é daquelas que não
acompanham muito o futebol. Isso foi um grande motivo para o meu pai se tornar
um grande incentivador para que eu fosse torcedora do Fogão.
Quando você ganhou sua
primeira camisa do Alvinegro?
Minha primeira camisa
do Botafogo que eu ganhei é uma histórica. Minha tia me deu aquela de 1995, um
ano ótimo para todos os alvinegros pois fomos campeões brasileiros. Ela me
levou a uma loja de material esportivo e comprou para mim. Como não tinha
tamanho infantil, ela comprou do tamanho adulto e ficou gigantesca em mim pois
eu tinha apenas cinco anos. Até hoje eu guardo a camisa com muito carinho.
Qual é o jogo do
Botafogo mais inesquecível para você?
Em questão de festa
foi o título do Brasileiro de 1995, mas eu não me lembro de muita coisa, nem do
jogo nem nada. Só lembro que fui para a rua com meu pai e comemoramos bastante.
Jogávamos papel na rua, ele fazia um buzinaço com o carro dele. Mas o jogo mais
inesquecível para mim foi aquela final da Taça Rio do Campeonato Carioca de
2010 com aquela cavadinha do Loco Abreu! Estávamos entalados com o Flamengo
havia muito tempo, e aquela conquista foi para lavar a alma dos alvinegros.
Qual foi o seu ídolo
do Botafogo na sua infância? E atualmente?
Para os alvinegros da
minha geração o ídolo é o Túlio Maravilha! Quando eu era criança não ligava muito
para tática e escalação de time, sempre quem aparece na TV é quem faz gol, e
ele foi artilheiro e não tinha como não gostar dele. Outro que eu admirava
muito era o Wagner, ele foi um grande goleiro do Fogão, e atualmente não tem
como não ser fã do Seedorf!
Como é ver o Seedorf
com a camisa do Fogão?
O futebol brasileiro ficou
um bom tempo sem trazer craques, aí Fred e Deco foram para o Fluminense, o
Ronaldinho foi para o Flamengo e o Juninho para o Vasco, entre outros. Quando
começaram as especulações, mais ou menos há uns dois anos, que o Seedorf
poderia vir para o Botafogo, eu não acreditei muito. A ficha só caiu mesmo
quando eu o vi com a camisa do Botafogo em campo. Esse foi um
momento espetacular para todos os botafoguenses.
Você se considera musa
do Botafogo?
Para falar a verdade,
eu não me sinto uma musa nem do Botafogo nem de nada, eu sou apenas a Fernanda,
que trabalhou no Botafogo e agora está na televisão. Eu não quero esse rótulo
para mim porque eu não me sinto muito disposta a esse rótulo.
Antes de ser gandula,
você jogava futebol? Como você se tornou gandula?
Nunca joguei futebol,
nem sei jogar. Mas meu sonho sempre foi estar perto do campo para poder
acompanhar os jogos do Fogão. Para tentar realizá-lo, eu me inscrevi em um
concurso de beleza do Botafogo, eu decidi tentar na parte da beleza, mas não
ganhei. Mesmo não conquistando o primeiro lugar nesse concurso, uma pessoa
ligada ao clube falou que eu tinha talento e me chamou para trabalhar no
Engenhão. Primeiramente eu comecei como ascensorista do elevador do estádio e
depois comecei a ser gandula.
O episódio da final da
Taça Rio de 2012 foi um divisor de águas na sua vida?
Aquele episódio foi,
sim, um divisor de águas na minha vida, mas tudo isso demorou um pouco para
acontecer. Primeiramente, veio aquela coisa bombástica, toda repercussão do
acontecimento, mas depois a poeira baixou. Então eu fui chamada para trabalhar
na TV Lance fazendo um telejornal. Eu aprendi bastante e agora eu estou na Band
ao lado de um monte de craques, o que me deixa ainda mais feliz.
Como está sendo
trabalhar com craques do jornalismo esportivo como José Carlos Araújo e Gerson,
o Canhotinha de Ouro?
É um pouco engraçado
quando você está dentro da situação. Você não idealiza e nem pensa por que eles
acabam virando seus colegas de trabalho. Mas eu sempre fui fã deles, cresci
ouvindo o Garotinho narrando os jogos do meu time com aquela emoção que só ele
sabe passar. Eles são maravilhosos comigo, porque eu estou aprendendo muito com
eles e quero sugar todo conhecimento possível que eles puderem me passar. Eu
também estou fazendo uma pós-graduação em jornalismo esportivo para me
aprofundar ainda mais no assunto.












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