Fã de Robinho, promessa do Botafogo ganha chance entre titulares
Cidinho, promovido por Caio Júnior das categorias de base, garante que está pronto: "É a hora certa"

Foto: Renan Rodrigues
Cidinho será titular contra o América
"Estar no time profissional é diferente, mas fiquei tranquilo, deram todo apoio para mim. Agora estou tendo essa oportunidade e queria agradecer muito ao Caio Júnior. É uma responsabilidade grande pelo tamanho do Botafogo e vou tentar dar muitas alegrias ao clube. Me pegaram de surpresa com essa convocação para o time de cima, mas vim campeão agora com juniores e estou preparado. Agora é a hora certa", declarou o meia do Botafogo.
Para ter sucesso no futebol profissional, o jogador se espelha em dois jogadores. O meia Maicosuel, do Botafogo, e o atacante Robinho, do Milan. "O Maicosuel eu vinha assistir no estádio e agora estou jogando ao lado dele. É uma grande pessoa, me deu chuteira, me ajudou, é um espelho. E outro é o Robinho. Quando vi sendo campeão brasileiro em 2002, partindo para cima dos jogadores, dando pedalada, foi um aviso. Pensei: 'É isso que eu quero fazer'", revela Cidinho.
Além dos exemplos em campo, Cidinho tem outro ídolo bem mais próximo de casa. A ligação com o pai vai além do incentivo ao filho jogador. O meia perdeu a mãe quando tinha apenas dois anos de idade e Alcides de Souza Faria se tornou toda a base para o jovem. "Ele é tudo para mim, fico com ele desde pequeno em todo lugar. Ele me levava nos treinos, me deu apoio. Tenho muito orgulho de ter esse nome. Ele ainda nem sabe que estou aqui com os profissionais, tenho que ligar para contar, vai ficar muito feliz", disse o meia.
Com um corpo franzino, o próprio jogador brinca com o peso, mas não acredita que o físico irá dificultar na criação das jogadas entre os profissionais. "Tenho 1,69m e 57kg. Estou fraquinho ainda (risos). Mas fazendo um trabalho para ganhar peso, aos poucos eu melhoro. No juniores os zagueiros eram fortes também, maiores que eu, e venho me dando bem. Claro que é diferente, mas acho que vou conseguir. Tenho que apostar na velocidade", declarou Cidinho.
Morador de Mesquita, na baixada Fluminense, o meia espera conseguir juntar dinheiro para comprar um carro e abandonar a rotina de ônibus e trens. "Moro em Mesquita, na baixada, uma cidade boa. Venho de ônibus, mas tem trem também. Levo uma hora em dias como hoje, de trânsito bravo. Pior que não dá nem para pegar carona, os caras moram tudo lá na Zona Sul. Mas estou tirando a carteira de motorista, vamos ver", brincou o jogador.
Promessa quase deixou o Botafogo
Cidinho começou no Botafogo jogando futsal. No clube desde os 10 anos de idade, o meia quase trocou a equipe carioca pelo Internacional, em 2008. Na época, as categorias de base do Botafogo recebiam pouca verba da diretoria, pela situação financeira do clube, ocasionando falta de pagamento e oferecendo pouca estrutura. Convencido por empresários, o meia realizou alguns treinamentos no Sul, mas foi resgatado e agora espera brilhar 'em casa'.
Márcio Azevedo pode não seguir no Botafogo no segundo semestre
Caio Júnior diz que ainda não tem convicção sobre a parte técnica do jogador e pede tempo para avaliação
O titular será o garoto Guilherme, promovido das categorias de base no começo da temporada. Caio Júnior admitiu que ainda precisa observar mais Azevedo e não ter certeza se contará com o jogador para o Campeonato Brasileiro. "Ainda não tenho essa convicção sobre a parte técnica dele. O Cortês chegou, o Guilherme está tendo uma chance agora e preciso observar melhor. Ainda vamos discutir o elenco e observar quem vai fazer parte do projeto para o Campeonato Brasileiro", disse o treinador do Botafogo.
Caso o jogador continue no grupo, o técnico admite que ele terá que passar por um processo de recuperação, envolvendo inclusive o trabalho psicológico, pois o lateral é um dos mais vaiados pela torcida do Botafogo nas partidas em casa.
"Eu não me lembro de ter sido substituído no primeiro tempo em toda minha carreira. Imagino o que deve ter passado na cabeça dele. A gente respeita e entende o que ele sentiu. O importante é que ele está tendo uma reação boa, treinando, sem problema nenhum. Se ele estiver no planejamento e continuar com o grupo, terá que ter muito apoio para superar essa situação difícil", declarou Caio Júnior.
Além de Guilherme, o jogador também tem a concorrência de Cortês, contratado no começo do mês. Porém, por já ter atuado no Campeonato Carioca pelo Nova Iguaçu, o lateral só pode atuar na Copa do Brasil e no Campeonato Brasileiro, que começa em maio.
Zagueiro Márcio Rosário anuncia saída do Botafogo no Twitter
Jogador, que estava treinando separado do grupo, e clube entraram em acordo para rescindir o contrato
O jogador lamentou a saída e se disse indignado. "Acabou o meu serviço no Botafogo. Obrigado a todos por tudo. Vou deixar bem claro que nunca reclamei de nada. Sou homem!!! Não moleque!!! Fica aqui a minha indignação, mas não posso expor meus sentimentos agora!!!”, escreveu.Márcio Rosário, que chegou ao Botafogo em julho de 2010, por indicação do técnico Abel Braga, estava treinando separado do elenco principal desde o último dia 7, quando foi punido pela diretoria por reclamar no Twitter. A rescisão deve ser confirmada pelo Botafogo na próxima semana. Assim, a equipe fica com apenas três zagueiro de origem no elenco. Antônio Carlos, João Filipe e Fábio Ferreira.
No Botafogo, Caio Júnior faz quatro mudanças para pegar o América
Lucas, Guilherme, Somália e Cidinho começarão entre os titulares na partida do próximo domingo
O técnico explicou as alterações e mostrou confiança de que o jovem Cidinho, revelação das categorias de base, tenha um bom desempenho na partida de domingo. “Não é nem que não fiquei satisfeito com o Caio, é que estou procurando novas opções a cada dia no clube. Fiz um treino com juniores e confirmei que o Cidinho tem características que gosto e quero para a equipe”, declarou o treinador.A partida contra o América é decisiva para o Botafogo. Em terceiro lugar no grupo B, a equipe precisa vencer e ainda torcer para que o Vasco derrote o Olaria. Mesmo com a necessidade pelo resultado, o treinador não teme que o jovem meia sinta a pressão. “Não tem que ter tempo não, treinador não pode fica com medo de lançar jogador. Não tem momento certo, o momento é quando surge a oportunidade. Claro que ele vai evoluir fisicamente, mas olha o Robinho como era. Quem sabe não fico na historia do Botafogo como o técnico que lançou o Cidinho”, disse.
A equipe titular treinou com Jefferson, Lucas, Antônio Carlos, João Filipe e Guilherme; Somália, Arévalo, Everton e Cidinho; Herrera e Loco Abreu. O treinador também explicou a opção por poupar o volante Marcelo Mattos, que teve uma lesão no começo da temporada e tem sofrido com o desgaste dos jogos.
“O Marcelo Mattos teve um problema no começo da temporada. É importante lembrar histórico recente dele. O jogador tem que ter um tempo de treinamento, e ele voltou de lesão, jogou cinco jogos seguidos sem descanso. Não está tendo tempo pra recuperar. Foi uma decisão conjunta que tomei com a preparação física”, disse Caio Júnior.
Em 2011, torcida e equipe do Botafogo não se entendem no Engenhão
Vaias nos primeiros minutos de jogo se tornaram rotina, irritando técnicos e jogadores do time carioca
"Desde que cheguei aqui que vivo essa situação. Encontrei Alessandro, Lúcio Flávio, Fahel e Eduardo na lista negra da torcida. Agora é o Somália. Ele vai pagar a vida inteira por isso? Eu não posso colocar o Fahel, não posso colocar o Alessandro que eles vaiam", lamentou o treinador após a derrota para o Vasco, sua última partida pelo clube após 14 meses.Começo da 'crise'
O problema porém, tem raízes na reta final do Campeonato Brasileiro de 2010, com uma partida em especial. Disputando 'cabeça a cabeça' uma vaga na Copa Libertadores, o Botafogo acabou derrotado em casa para um time misto do Inter, no final de novembro, na antepenúltima rodada da competição. O resultado deixou o Botafogo mais longe do objetivo (a equipe perderia a vaga na última rodada, ao ser derrotada pelo Grêmio no estádio Olímpico), e ao final da partida, os torcedores vaiaram muito a equipe e pediram 'raça'.

Foto: AE
Loco Abreu é um dos poucos jogadores que tem 'crédito' com a torcida
Apesar de não ter chegado ao torneio internacional, a participação do Botafogo no último Campeonato Brasileiro foi a melhor desde 1995, ano do título. Mas nem isso, nem a conquista do Campeonato Carioca no mesmo ano, após três vice-campeonatos seguidos para o Flamengo, aliviou a situação de Joel. No começo de 2011, logo na primeira partida do ano, o treinador teve uma amostra de que o clima não era mais o mesmo. Na vitória de virada sobre o Duque de Caxias, novas vaias e criticas ao estilo de jogo supostamente 'retranqueiro' de Joel.
A gota d'água para Joel Santana aconteceu na derrota de 2 a 0 para o Vasco, no Campeonato Carioca. O treinador, ao tirar o meia Everton, que havia pedido para ser substituído, foi chamado de burro pela torcida e não escondeu a mágoa. "Muitas vezes, as pessoas só dão valor quando sentem falta. Eram quatro, cinco, seis pessoas. Não estou incomodado com o torcedor, aqueles não considero nem botafoguenses, mas as pessoas tem que entender que nós treinadore também temos nosso sentimento", disse o treinador. Dois dias depois, Joel anunciaria sua saída do Botafogo na terceira passagem pelo clube carioca.
Troca de treinador
De certo modo, Caio Júnior herdou a falta de paciência da torcida com alguns jogadores. Alessandro, Fahel, Márcio Azevedo e Somália são os mais vaiados. Ao primeiro erro, vem a cobrança imediata da torcida. Outros como Loco Abreu, Antônio Carlos, Jefferson e Marcelo Mattos possuem um pouco mais de crédito. Contra o Avaí, na última quarta-feira, o técnico, que foi chamado de 'burro', lamentou o pouco entendimento entre equipe e torcida.
"A questão da vaia eu entendo. Acho que já enfrentei torcidas exigentes e sei que é natural. Porém levaram apenas três minutos para as vaias começarem. Existem alguns jogadores que a torcida não tem a mínima paciência. Acho um pouco injusto isso, porque os atletas começam a partida pressionados", disse Caio Júnior.
Apesar da pressão, o desempenho do Botafogo não é melhor atuando fora do estádio Engenhão. Jogando em casa - mesmo nas partidas em que atuou como visitante -, o Botafogo venceu oito vezes, empatou três e perdeu dois jogos, com aproveitamento de 69%. Quando esteve mais distante da torcida, venceu três vezes, empatou duas e perdeu uma, com aproveitamento um pouco mais baixo, de 61%.
Mesmo sendo um dos mais visados pela torcida, o lateral-direito Alessandro minimiza o problema. Para o jogador, a parcela dos botafoguenses que vai ao estádio para apoiar o time é bem maior. "Eu, particularmente, recebo essas vaias como algo natural, estou acostumado com isso já. É logico que é um momento chato, não quero isso pra gente, mas eu procurei esquecer e superar aquele momento contra o Avaí. Nessa hora, o fato do jogador ser experiente conta muito. Mas não são todos também, tem que falar isso né. Acho que 80% ajuda apoia, e 20% vão para vaiar o time".
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